15/11/2018 às 09h03min - Atualizada em 15/11/2018 às 09h03min

Sem médicos cubanos, Santa Catarina perde 255 profissionais em 200 cidades

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O anúncio do governo cubano pelo rompimento da parceria com o Brasil no projeto Mais Médicos terá impacto direto em Santa Catarina. O Estado conta atualmente com 255 profissionais em 200 cidades. Eles trabalham em todas as regiões catarinenses, mas principalmente nos municípios menores. O primeiro grupo chegou em 2014

A última turma de cubanos que chegou a Santa Catarina começou a trabalhar em outubro do ano passado. Foram 36 profissionais. Eles se juntaram, na época, a 261 que já trabalhavam no Estado. Naquela oportunidade, SC teve o segundo maior contingente nomeado, atrás apenas da Bahia, com 50 profissionais. Os profissionais começaram a atuar em 34 municípios – a maior parte no Oeste, no Planalto Norte e no Sul do Estado – e no Distrito Sanitário Especial Indígena Interior Sul, que compreende o território do Oeste e do Meio-Oeste, onde estão localizadas reservas indígenas.
Segundo o coordenador do programa em Santa Catarina, Paulo Orsini, a organização cubana responsável por enviar os profissionais enviou um comunicado oficial informado do rompimento do contrato com o Brasil. Além disso, cada um dos profissionais também recebeu uma carta no mesmo sentido. No entanto, Orsini ainda tem esperança da reversão do quadro.
— Quando Michel Temer assumiu, houve algo no mesmo sentido. Mas depois ocorreu uma negociação e a situação se resolveu. Desta vez, os médicos receberam um comunicado de que devem voltar para Cuba assim que receberem os tickets de passagem.

Diante do aviso, alguns profissionais chegaram a ir para casa durante o dia no aguardo de novas orientações. Mas, enquanto as passagens de avião não são enviadas, eles devem permanecer trabalhando. Há cidades do interior catarinense onde os cubanos são os únicos médicos. Em Içara, no Sul do Estado, boa parte do quadro de médicos é compostas pelos profissionais estrangeiros. Neste mês de dezembro, mais 50 trabalhadores viriam para o Estado.

O Programa de Médicos está em andamento desde agosto de 2013 com médicos de diversos países e, desde então, quase 20 mil médicos cubanos já atenderam 113,5 milhões de brasileiros, segundo o governo federal.

 Em um texto publicado na internet, "o Ministério de Saúde Pública de Cuba tomou a decisão de não continuar participando do Programa Mais Médicos e assim comunicou à diretora da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e aos líderes políticos brasileiros que fundaram e defenderam esta iniciativa".

Em diferentes ocasiões durante sua campanha eleitoral, Bolsonaro anunciou que suspenderia esse programa com a OPAS e Cuba e que seu governo contrataria individualmente médicos que desejassem permanecer no Brasil.
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