09/11/2023 às 09h20min - Atualizada em 09/11/2023 às 09h20min

Brasil terá uma das ondas de calor mais intensas da história e com perigo à vida, diz Metsul

O portal Metsul, referência em meteorologia no Sul do Brasil, publicou uma previsão de calor intensa no país.

Segundo as informações divulgadas nesta quarta-feira (8), os brasileiros serão atingidos por uma onda de calor história pelo terceiro mês seguido.

Haverá marcas extremas de temperatura em vários estados e uma alta probabilidade de quebra de recordes históricos.

“A MetSul projeta temperaturas máximas muito fora do comum, mesmo em cidades habituadas a calor muito intenso, com marcas 10ºC a 15ºC acima da climatologia histórica em algumas tardes”, frisa a publicação.

“Os dados analisados pela MetSul Meteorologia indicam que há o potencial deste novo episódio de calor excepcional superar em intensidade os eventos históricos de calor de setembro e outubro. O que os modelos mostram de calor é tão extraordinário e fora da curva histórica que a onda de calor pode ser a mais intensa já registrada no Brasil em valores de temperatura máxima”, completa.

A onda de calor já está nos seus estágios iniciais e tende a ganhar muita força durante os próximos dias.

A temperatura na tarda da terça-feira (7) atingiu 42,3ºC no município de Porto Murtinho, no Mato Grosso do Sul.

No estado do Mato Grosso, a temperatura se elevou a 40,4ºC em Cuiabá.

O ar extremamente quente cobria o Centro e o Norte da Argentina na terça com marcas extremas em diversas províncias.

De acordo com o Serviço Meteorológico Nacional, as máximas da terça no país vizinho atingiram 46,0ºC em Rivadavia; 44,9ºC em Santiago del Estero; 44,0ºC em Las Lomitas e 43,7ºC no Observatório de Córdoba.

Bolha de calor

Assim como nos episódios extremos de setembro e outubro, uma bolha de calor ou cúpula de calor será responsável pelas temperaturas extraordinariamente altas previstas para o Centro do Brasil.

Uma área de alta pressão em altitude, típica de bolhas de calor, atuará entre o Sudeste e o Centro-Oeste enquanto no Sul do Brasil haverá enorme convergência de umidade com chuva extrema no Rio Grande do Sul.

Uma bolha de calor, que se denomina também de domo ou cúpula de calor ocorre com áreas de alta pressão que atuam como cúpulas de calor, e têm ar descendente.

Isso comprime o ar no solo e através da compressão aquece a coluna de ar.

Em suma, uma cúpula de calor é criada quando uma área de alta pressão permanece sobre a mesma área por dias ou até semanas, prendendo ar muito quente por baixo assim como uma tampa em uma panela.

Esta bolha de calor de agora vai estar com seu centro entre o Paraguai e o Centro-Oeste do Brasil.

É, assim, um processo físico na atmosfera. As massas de ar quente se expandem verticalmente na atmosfera, criando uma cúpula de alta pressão que desvia os sistemas meteorológicos – como frentes frias – ao seu redor.

À medida que o sistema de alta pressão se instala em determinada região, o ar abaixo aquece a atmosfera e dissipa a cobertura de nuvens.

O alto ângulo do sol de verão combinado com o céu claro ou de poucas nuvens aquece ainda mais o solo.

Calor é causador “silencioso” de mortes

Normalmente, o calor no Brasil é percebido com um evento normal no clima e até celebrado, mas o país não mantém estatísticas sobre mortalidade relacionada à alta temperatura.

O calor é um causador “silencioso” de mortes, diferentemente do que ocorre com desastres pela chuva.

Os poucos levantamentos sobre mortes associadas ao calor no Brasil estão em alguns estudos epidemiológicos em pesquisas da Medicina e não da Meteorologia.

O calor extremo é muito mais mortal do que outros desastres naturais, matando em média mais que o dobro de pessoas por ano do que furacões e tornados combinados, de acordo com dados monitorados pelo Serviço Meteorológico Nacional nos Estados Unidos.

As mudanças climáticas e crescente urbanização estão aumentando rapidamente a exposição humana a temperaturas ambientes extremas, mas poucos estudos examinaram a temperatura e a mortalidade na América Latina.

Trabalho publicado em revista científica das temperaturas ambientes diárias e da mortalidade entre 326 cidades latino-americanas entre 2002 e 2015 mostrou alto índice de letalidade por calor extremo.

*Com informações do portal Metsul.
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