O acusado de matar três crianças e duas professoras de uma creche em Saudades, no Oeste de Santa Catarina, em 4 de maio de 2021, foi condenado a 329 anos e quatro meses de prisão em regime inicialmente fechado. Cabe recurso.
O júri popular durou dois dias, começando na quarta-feira (9). A sentença foi dada na noite desta quinta (10). O homem já estava preso preventivamente desde o dia do crime. O g1 não conseguiu contato com o advogado do réu.
Além das mortes, o acusado também feriu um menino, na época com 2 anos, que sobreviveu.
O juiz determinou que tudo o que foi apreendido durante a investigação, como o computador e instrumentos do réu, seja destruído.
A condenação foi a soma das seguintes penas:
40 anos de reclusão para cada uma das vítimas menores de idade: Murilo, Sara e Ana Bella
30 anos de reclusão para as vítimas: Mirla e Keli
26 anos e 8 meses para o menino de 2 anos que ficou ferido e sobreviveu
Oito anos de reclusão para cada tentativa de homicídio
Ele recebeu penas por cinco homicídios triplamente qualificados e 14 tentativas de homicídio qualificadas contra crianças e funcionários que estavam na unidade de ensino. As qualificadoras foram motivo torpe, meio cruel e uso de recurso que dificultou a defesa das vítimas.
Além dessas penas, o réu precisará indenizar as famílias da seguinte forma:
R$ 500 mil para a família de cada vítima que morreu
R$ 400 mil para a família da criança ferida que sobreviveu
R$ 40 mil para cada tentativa de homicídio
O julgamento ocorreu no fórum de Pinhalzinho, cidade vizinha de onde aconteceu o crime, com forte esquema de segurança (leia mais abaixo). Familiares e o público puderam acompanhar.
Priscila Aniecevski, prima de Keli Aniecevski, uma das professoras que morreu no ataque, descreveu alívio pelo resultado do julgamento.
"O júri foi bem complicado. No começo, a gente ficou bem apreensivo, tanto com a acusação quanto com a defesa. Mas eu pelo menos achei um resultado justo ele pagar por todos esses crimes dele", disse.
Os jurados começaram a votação às 15h19 e terminaram às 18h55. O grupo é formado por seis mulheres e um homem. Eles foram escolhidos por sorteio antes do início do júri na quarta.
A sentença começou a ser lida às 19h57.
Quatro promotores de Justiça atuaram no júri. Eles conseguiram provar que o réu possuía plena capacidade mental quando cometeu o crime, conforme o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC).
Após o julgamento, muitos moradores ficaram do lado de fora do fórum de Pinhalzinho. Às 21h50, o réu saiu do fórum escoltado por três viaturas da segurança pública.
Ele foi levado para o presídio de Chapecó, na mesma região. As ruas que circundam o fórum foram liberadas, após o esquema de segurança montado para o júri.
Quem são as vítimas
Três crianças e duas funcionárias morreram no ataque a creche:
Keli Adriane Aniecevski, de 30 anos, era professora e dava aulas na unidade há cerca de 10 anos
Mirla Renner, de 20 anos, era agente educacional na escola
Sarah Luiza Mahle Sehn, de 1 ano e 7 meses
Murilo Massing, de 1 ano e 9 meses
Anna Bela Fernandes de Barros, de 1 ano e 8 meses.