03/05/2019 às 08h34min - Atualizada em 03/05/2019 às 08h34min

Bolsonaro exalta o país e faz apelo á fé em visita a Santa Catarina

O presidente Jair Messias Bolsonaro (PSL) estava em casa. O Estado que deu ao capitão da reserva 75% dos votos no segundo turno da eleição em 2018 recebeu nesta quinta-feira (2) a primeira visita oficial do novo chefe da República. Bolsonaro participou da abertura do 37º Congresso dos Gideões Missionários da Última Hora, em Camboriú.
No encontro evangélico, o presidente eleito com bandeiras conservadoras e slogan que preconizava "Deus acima de todos" encontrou ambiente afável e acolhedor. O que também lhe permitiu uma trégua nas polêmicas que permeiam os primeiros meses de governo.
A passagem de Bolsonaro começou com a chegada pontual às 17h25min no Aeroporto de Navegantes. De lá, partiu em helicóptero até o estádio municipal de Camboriú. O local de pouso estava cercado por seguranças da Polícia Federal, Exército, Polícia Militar e seguranças da presidência. Tudo dentro do previsto pelo forte esquema de segurança montado, com 320 agentes dedicados à proteção do presidente.
Até então, Bolsonaro havia tido pouco contato com a população. Acenou de longe para um grupo que assistiu ao pouso da sacada de uma lanchonete e para moradores que estavam perto do carro. Ao chegar ao ginásio em que ocorrem as palestras do Congresso dos Gideões Missionários, o presidente reuniu-se com o governador Carlos Moisés. A principal reivindicação do governo do Estado foi na área de Infraestrutura.
O governador pediu recursos emergenciais para obras em rodovias federais como a BR-470, BR-280 e BR-282. Em seguida, dos bastidores do evento, Bolsonaro fez sua tradicional transmissão ao vivo em seu Facebook ao lado do empresário catarinense Luciano Hang e do ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno.
Na ocasião, defendeu a permanência do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) sob a alçada do Ministério da Justiça, tema que ainda não havia abordado.
Na cerimônia dos Gideões, Bolsonaro evitou polêmicas e teve um discurso movido por patriotismo. Destacou os potenciais do Brasil, como a biodiversidade e riquezas minerais, e comparou com a realidade de Israel, país que já visitou como presidente no início do ano.
— O que nos falta é fé. É acreditar. É ter a certeza que cada um de nós pode mover esse país para o lugar que ele merece, um lugar de destaque no mundo — enfatizou.
Bolsonaro agradeceu as orações e classificou como milagre o fato de ter sobrevivido após o atentado de setembro do ano passado. Voltou a falar como candidato em alguns momentos, como quando repetiu versículos ditos na campanha, como o de que "Deus não escolhe os capacitados, mas capacita os escolhidos".
Em oito minutos de fala, o presidente adotou tom semelhante ao do discurso de 2018, quando ainda era pré-candidato, mas evitou polêmicas como ideologia de gênero. Tampouco falou sobre pautas políticas como a reforma da Previdência.
— Como já foi dito aqui. Se o justo governa, o povo se alegra. Vim aqui pedir aos senhores e senhoras que continuem orando pelas autoridades do Brasil. Não percamos a fé, vamos manter viva a chama da esperança pra que possamos de fato bater no peito e falar: eu sou brasileiro com muito orgulho.
O evento organizado em um enorme ginásio no Centro de Camboriú foi uma verdadeira celebração religiosa, com presença de pastores de todo o país. Do lado de fora, a multidão que veio até de outros países para o congresso movimentava um enorme mercado de lojas e vendedores ambulantes, que comercializavam desde Bíblias e moda evangélica até roupas, decoração e eletrônicos.
À noite, a cerimônia teve apresentações de crianças, vídeos sobre os projetos solidários dos Gideões em todo o mundo e fiéis em momentos de devoção. Bolsonaro ganhou ainda um troféu de homenagem dos evangélicos.
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